Ao aplicar uma constelação familiar ou até mesmo participar de uma, nos deparamos com muitas histórias diferentes das nossas. Muitas vezes estas experiências nos tocam e influenciam. Sempre aprendemos muito com uma constelação, aliás, “pegamos carona” em muitas delas. Como Bert Hellinger destaca, todos os que participam de uma constelação são beneficiados.
No entanto, novos consteladores ou até mesmo alguns participantes, podem não se sentir muito bem após uma constelação. O que fazer quanto isto acontece? Motivado por uma pergunta similar a anterior feita por uma colega do curso de constelações online, fiz algumas reflexões e cheguei a três pontos que devemos observar.
-Primeiramente, no começo da aplicação de qualquer técnica nos preocupamos na condução em si, e como não é natural, terminamos nos desgastando mais. É muito provável que fique mais orgânico conforme um novo constelador se desenvolver. O mesmo ocorre com novos participantes, à medida que forem vivenciando a experiência, fica cada vez mais fácil entender os movimentos vistos.
-Em segundo lugar, podemos nos sobrecarregar com as histórias sistêmicas que aparecem em algumas constelações, tanto como consteladores quanto como participantes. No livro Conflito e Paz (página 121 e 122) de Bert Hellinger diz assim:
“Alguém me diz algo. Quando deixo que isso entre na minha alma, percebo, que isso é um fardo para ela. De repente, sinto-me invadido por algo que não me pertence e não resta lugar para o que é meu, para o que me convém. Algo semelhante acontece com terapeutas e ajudantes que fazem muitas perguntas... Existe um caminho para sair disso. Consiste em submeter-nos a uma purificação que nos livre desse segredo. Imaginamos que o segredo sai de nós e volta ao seu lugar. Simplesmente deixo que ele saia e retiro-me para o meu interior. Esse é um dos caminhos. Um outro caminho consiste em expor o segredo a uma luz brilhante, sob a qual ele se desvanece. Isso é apenas uma imagem, mas permite perceber como podemos livrar-nos de algo alheio”.
Parafraseando o que ele diz, devemos ficar atentos e não nos envolver demais nas histórias dos outros. É claro que devemos ter empatia e realmente nos colocarmos ao lado do nosso cliente. Porém, não devemos gerar um sentimento de pena ou qualquer outro, frente ao que foi visto, pois isto tira a força de nosso cliente. Honre seu cliente e seu destino! Quando você vê ou participa de uma constelação é fundamental que veja cada história com muito respeito, afinal, alguém está expondo sua vida e família.
Um movimento que pode nos ajudar é dizer mentalmente a frase:
“Eu fico com minha história e você com a sua! Honro seu destino”.
E uma última coisa importante que temos de observar é que se alguma história chega até nós, ainda mais de forma repetida, devemos olhar para o nosso sistema e ver por que estamos atraindo determinados temas. Nosso cliente também está a nosso serviço!
As constelações são movimentos de alma, movimentos muito profundos. Por isso, é fundamental que quando você aplicar ou participar de uma constelação, honre a cada pessoa que tem a coragem de apresentar sua história e deixe cada um com seu próprio destino.
Rodrigo Oliveira
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